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Modelo de amizade que desejo aos meus sobrinhos

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E de repente você se pega stalkeando o Facebook de amigos dos seus sobrinhos. Eu sei, é vergonhoso, mas sabe aquela necessidade de saber que tipo de amizade seus pequenos estão cultivando por aí? Então, é essa preocupação que me obriga a dar uma espiada nos relacionamentos que estão sendo construídos na fase da pré-adolescência deles. Certamente estou sendo influenciada pela minha própria experiência, de quem já teve amizades não muito construtivas nesse período da vida. Mas, principalmente, de quem, justamente com a mesma idade das sobrinhas, fez amigas para a vida toda. Amigas que, na verdade, chamo de irmãs. Dessas que acompanham todos os nossos passos desde a infância à (assim espero) velhice. O que me lembra de que já são quase 16 anos de bons e maus momentos compartilhados. O primeiro beijo, o primeiro amor, a primeira nota muito ruim, o primeiro 10, o primeiro coração partido, o segundo, o terceiro... O primeiro celular, o primeiro emprego, o primeiro animal de estimaçã

A visão dos europeus sobre o Brasil

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O modo como os brasileiros são vistos por alguns europeus foi algo que me chamou a atenção nessa minha temporada vivendo nesse continente. De modo geral, a primeira coisa que um estrangeiro faz quando descobre que alguém é brasileiro, é abrir um sorriso. É uma atitude automática, que passa a impressão de que uma áurea positiva acompanha a resposta para a pergunta " where are you from? ". A partir do momento em que descobrem a origem brasileira, os europeus se tornam ainda mais simpáticos e dispostos a um bom bate-papo. E, na maioria dos casos, essa atitude não é maliciosa, é simplesmente por terem um conceito de que nós somos receptivos e agradáveis. E, evidentemente, esse fato me surpreendeu, especialmente porque eu acreditava que sofreria preconceitos e olhares de pena por ter vindo de um país considerado de terceiro mundo. Ledo engano. Na verdade, o contrário está bem mais próximo da realidade. Conheci alguns holandeses e suíços que me contaram de suas viagens ao Bra

A apoteose de morar em outro país

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A experiência de morar em outro país é quase sempre alucinante, especialmente quando a outra nação é completamente diferente da sua. As diferenças evidentes de clima, cultura e idioma realmente mexem com a cabeça. Todas as referências anteriores não estão mais ao alcance das mãos, e essa nova situação exerce grande influência sobre nós. Sobretudo estimulando a humildade, afinal, você provavelmente está começando uma vida do zero e, por um instante, volta a ser uma criança indefesa, apesar de todas as experiências que já viveu. Desde simples tarefas, como ir ao supermercado ou ter de separar o lixo antes de se desfazer dele, até abrir uma conta no banco usando outro idioma, tudo é novidade e precisa ser aprendido. E aprender errando volta a ser algo recorrente mesmo que a adolescência já tenha passado. Essa sensação é quase sempre desconfortável para quem já é adulto e pensa já saber tudo na vida. E, é exatamente por isso, que a experiência de se entregar a algo novo é tão valiosa

As dores e as alegrias de uma partida

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Poucas são as pessoas que reagem bem às mudanças drásticas da vida. Lidar com partidas, por exemplo, costuma ser doloroso, sejam elas temporárias ou permanentes, por esse ou por aquele motivo. Dizem que a falta é maior para quem fica, pois quem vai estará ocupado em absorver as novidades. Quem aguarda o retorno, se prende na espera e essa atrasa o tempo. Mas aquele que vai, leva consigo as agruras de ter escolhido ir. O peso de ter optado pela distância frente à presença das pessoas que realmente importam. Mas ninguém sabe ao certo até onde vai essa culpa. Acaba logo ou permanece? O tempo perdido poderá ser, de alguma forma, recuperado? Compensa estar perto e a qualidade do tempo gasto ser pouca? Ou a raridade da presença torna tudo mais intenso? O fato é que às vezes é preciso ir mais longe para buscar inspiração. De vez em quando o habitual não fascina tanto e a distância renova o modo como vislumbramos a rotina. Ficar parado é confortável e não causa efeitos desagradáveis no

Programe-se, mas não limite-se

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É normal que na idade adulta precisemos pontuar horários e compromissos, seja de trabalho, estudo ou pessoais. A organização do nosso tempo e a definição de metas e propósitos é fundamental para que tenhamos alguma ideia sobre o futuro. Todavia, essas pontuações sobre o que, como e quando fazer, não deveriam subtrair de nós a graça da vida. A programação dos passos futuros é primordial para o bem estar, desde que não nos estabeleça limites tão concretos que se tornam intransponíveis. Algumas pessoas saberão o que fazer da vida ainda na infância, sem grandes dúvidas ou mudanças e serão muito felizes em suas decisões. Outras, terão certezas absolutas por um tempo, até os fatos mudarem os planos e trocarem a ordem das escolhas. Em ambos os casos, ninguém deveria se martirizar. O fator relevante sobre o que fazer da vida é pensar e agir sobre. Ainda que amanhã ou depois o que era bom hoje não seja mais. Afinal, somos seres mutantes e, muitas vezes, a evolução só acontece após a alter

Brasileiro tem criatividade nata, mas falta apoio para os inventores

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        Até conhecer o trabalho de Paulo Gannam, eu nunca tinha pensado que inventor poderia ser uma profissão. De fato, esse potencial inventor não é muito difundido no ensino brasileiro e nós não somos estimulados a criar soluções criativas para problemas cotidianos. Por isso, quem investe nessa área tende a se destacar, mas enfrenta dificuldades para transformar suas ideias em algo concreto. A entrevista com Gannam é uma boa forma de conhecer mais sobre esse universo e ajudar a divulgar um trabalho diferenciado e necessário. Paulo Gannam Paulo Gannam é formado em jornalismo pela Universidade de Taubaté e especialista em dependência química pelo Grupo Interdisciplinar de Estudos em Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Já teve alguns trabalhos nessas áreas (assessoria de imprensa, auxiliar em centro de recuperação de dependentes químicos e depois supervisor de Censo pelo IBGE), mas nos últimos quatro anos tem se

Existe amor em São Paulo

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São Paulo me transborda. Para uma garota do interior, a diversidade cultural da maior metrópole do país é fascinante. Apesar de ter nascido em Sampa, tive poucas oportunidades de desbravar a imensidão dessa cidade. Há anos planejava fazer um tour cultural por São Paulo e, graças a alguns fatores, essa oportunidade se tornou possível. É nesse ponto que deixo um sincero agradecimento a um grande amigo que finalmente tive o prazer de conhecer pessoalmente, Emilio Coutinho, fundador do Casa dos Focas , um projeto pelo qual tenho enorme admiração. Emilio gentilmente aceitou ser meu guia turístico e assim pudemos admirar um pouco da arte paulistana. Infelizmente, conhecer todos os pontos culturais de São Paulo em apenas um dia é humanamente impossível. Apesar disso, conseguimos visitar alguns dos mais interessantes lugares turísticos da capital. Dentre eles, a Estação da Luz , a Pinacoteca , o Museu da LínguaPortuguesa , o prédio dos Correios , o Mosteiro de São Bento , a Avenida Pa

Futebol brasileiro: quem vive de passado é museu

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Em entrevista ao programa Bola da Vez , da ESPN Brasil, exibido nessa terça-feira (7), o jogador do Barcelona, Daniel Alves, deu um show de bola e mostrou que futebol é muito mais do que conquistar cinco Copas do Mundo. Há quase oito anos no time da Espanha, Daniel comprova o fato de que o futebol brasileiro está ultrapassado e que, muitas vezes o conceito de nós, torcedores, a respeito dos jogadores é equivocado. Daniel Alves revelou que Josep Guardiola , considerado o melhor técnico do mundo e responsável pelas vitórias do Barça nos últimos anos, se ofereceu para treinar a seleção brasileira para a Copa de 2014, mas foi vetado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Informação que certamente fez o coração de muitos fanáticos por futebol tremer e questionar: Por quê? O próprio jogador responde: “Ficaram com receio de que os brasileiros não aceitassem um técnico de fora treinando a seleção”. A indagação do jogador quanto a essa afirmação reflete muito a minha opinião e

Política é profissão?

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O movimento Fim do Político Profissional (FPP) é uma iniciativa que pretende mobilizar os brasileiros para uma causa realmente nobre: estabelecer uma nova forma de governar. Fundado pelo jurista e professor Luiz Flavio Gomes* com o Instituto AvanteBrasil , o movimento apresenta a proposta de reduzir o tempo de mandato dos políticos e limitar o número de reeleições. Na prática, os representantes do Poder Executivo terão direito a apenas um mandato e os legisladores dois, no máximo. O propósito do projeto é evidente frente a uma constatação: no Brasil política é profissão. O Sarney que o diga. Esse fato facilita e viabiliza as tão conhecidas maracutaias do nosso sistema democrático. A cada mandato, o candidato eleito conquista novas parcerias e assume novas promessas, que serão cumpridas após a reeleição, caso os parceiros colaborem para obterem retorno no futuro. E esse ciclo vicioso permanece ao longo dos anos, tornando o político invencível e bastante atrelado aos interess

Puro clichê!

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Reprodução Poucas coisas me incomodam tanto quanto os clichês, por isso tenho demorado a postar textos aqui no blog. Penso em escrever sobre as dificuldades da fase adulta: que crescer não é fácil e te obriga a optar por trilhar caminhos rotineiros e, no futuro, ter de lidar com as frustrações ou realizar sonhos e sofrer as consequências da incompreensão alheia. Mas isso tudo é tão óbvio que mudo de ideia e tento explanar sobre as dificuldades de se adquirir determinados conhecimentos depois de certa idade. Como aprender um novo idioma, por exemplo. Eu sei, os assuntos não têm nada a ver um com o outro, mas combinam com minha mente perambulante. Mas essa complexidade é corriqueira também. Quem nunca? Depois eu resolvo escrever sobre relacionamentos. Faz tempo que ensaio pensamentos sobre a amizade, sobre o amor de mãe ou de como é maravilhoso ser tia, mas a respeito desse último item, a Ruth Manus já escreveu um texto perfeito, e não atingir o mesmo nível sentimental e de c