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Mostrando postagens com o rótulo Crônicas

São Paulo é um caos que funciona muito bem, obrigado!

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  Há quem ame. Há quem odeie. De fato, para viver prazerosamente em Sampa, é preciso optar. E então aceitá-la como é. Não tente mudar as coisas por aqui. “Ah, se o trânsito fosse diferente!”, “Poxa, que clima zuado.”. Se essa for sua atitude frente à cidade, esquece. Vá embora o quanto antes ou nem venha. São Paulo é como aquele primo divertido, descolado, mas sem rumo na vida: não tem jeito. É o que é . Sampa é uma terra sem fim que não pode ser controlada. Há um ar de liberdade difícil de sentir em outros lugares. Liberdade de ser brega, antiquado, moderno, displicente, de andar na moda. Há gente de todo balaio. Julgar o próximo não tem efeitos por aqui. Ninguém dá a mínima para a sua opinião . Os novatos, recém-chegados, podem até trazer resquícios de que se importam, mas aprendem rápido a fingir que não estão nem aí. Vai ter gente totalmente agasalhada em dia de sol ou vestindo bermuda e camiseta em pleno inverno sim. Tu também vai encontrar alguém de óculos de sol em dia de ch

Favor não negar ajuda ao próximo

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Google Dia desses, eu estava em uma estação de metrô em Nova York, quando um idoso, negro e corcunda passou abordando as pessoas, pedindo dinheiro. Não sei se ele possuía algum problema de voz ou se o cansaço da vida o tinha convencido a calar-se, pois ao invés de falar, ele apenas gesticulava e mexia os lábios. Ainda assim, ao julgar pelas roupas, pelo suor e pelo jeito recatado de andar, todos ao redor automaticamente entendiam quando ele erguia a mão mostrando moedas como quem pede por elas.  Naquele momento, após ter andado o dia inteiro pela cidade, eu estava segurando uma sacola, celular, mochila e muito cansaço e não tinha certeza se possuía moedas na carteira. E aparentemente verificar me daria muito trabalho, caso, no fim, não as encontrasse, portanto agi como todos que ali estavam e, quando ele se aproximou de mim, eu apenas fiz uma cara de piedade e neguei com a cabeça, sem sequer ter me esforçado para ajudar. Porém ele continuou me encarando e falou algo, inaud

Quando sua melhor amiga começa a namorar...

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Não é fácil aceitar o misto de sentimentos que vêm à tona quando sua melhor amiga começa a namorar. A felicidade por achar que ela finalmente encontrou um cara a altura é imensamente proporcional à constatação de que esse mesmo cara passará a ser o verdadeiro melhor amigo dela. Ainda que nos preparemos para esse momento, na prática, a teoria é mais didática. Quando vocês compartilharam 17 dos seus 20 e poucos anos, incluindo todas as enroscadas e aprendizados, é complicado aceitar que essa exclusividade vai acabar. Bem ou mal, você não será mais a primeira pessoa para quem ela irá comentar suas paranoias. Aliás, bem, pois é necessário torcer para que assim seja, pois significará que eles têm uma relação valiosa. Ironias de uma amizade. Ele é um cara bacana e tals, daqueles que será capaz de superar as expectativas. Mas isso não evitou minha crise de pânico na madrugada, antes de atender a um convite dela, para um almoço em família com ele. Aqueles momentos dos quais quere

Lar é para onde você sempre pode voltar

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Voltar para casa, após doze meses morando do outro lado do mundo, é certamente reconfortante. Não importa o quão incrível tenha sido a experiência de viver em outra cultura, de enfrentar novos obstáculos e atingir objetivos. Casas podem ser muitas, mas lar é onde mora a sensação de pertencimento. Depois de um ano distante do que eu entendia como realidade, tudo o que eu mais queria era abraço de sobrinho, mousse de maracujá feito pelo meu pai, rever os amigos, barulho de família reunida, comida de mãe, papo-cabeça com meus avós, roupas de verão, comer jabuticaba do pé, brigadeiro de madrugada, churros da esquina, me jogar na minha cama. Senti falta de ar condicionado ligado, de mergulhar na piscina, dormir na cama dos meus pais, comer sonho, olhar de irmão, guloseimas das cunhadas, cheirar meus livros, não ter horário para acordar (e muito menos para dormir), beber água de coco, implicar com os sobrinhos, dirigir meu carro, usar salto alto, reencontrar minhas antigas roupas.

Seis meses e algumas cicatrizes depois

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Seis meses após desembarcar na Holanda, já faço uma ideia de como será difícil me despedir desse país, ainda que isso signifique voltar para casa. Com apenas mais meio ano pela frente residindo na terra dos moinhos, os planos ainda não concretizados parecem demais frente ao curto período de tempo que está por vir. Em seis meses, ainda não conheci todas as cidades que gostaria, não visitei todos os países que pretendia, não experimentei todas as comidas típicas que deveria, mas já não me considero mais aquela mesma pessoa que vi na última olhada no espelho antes de pegar o avião. Além das mudanças externas, alguns quilos a mais, mãos com cicatrizes de queimaduras devido a água quente das torneiras, unhas em estado deplorável, pele ressecada, há uma quantidade enorme de ideais que também já não são mais os mesmos. Descobri que ao longo dos meus 25 anos, eu nunca soube exatamente quem eu era. Sei que é um clichê, mas quando dizem que passar uma temporada absorvendo outra

Modelo de amizade que desejo aos meus sobrinhos

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E de repente você se pega stalkeando o Facebook de amigos dos seus sobrinhos. Eu sei, é vergonhoso, mas sabe aquela necessidade de saber que tipo de amizade seus pequenos estão cultivando por aí? Então, é essa preocupação que me obriga a dar uma espiada nos relacionamentos que estão sendo construídos na fase da pré-adolescência deles. Certamente estou sendo influenciada pela minha própria experiência, de quem já teve amizades não muito construtivas nesse período da vida. Mas, principalmente, de quem, justamente com a mesma idade das sobrinhas, fez amigas para a vida toda. Amigas que, na verdade, chamo de irmãs. Dessas que acompanham todos os nossos passos desde a infância à (assim espero) velhice. O que me lembra de que já são quase 16 anos de bons e maus momentos compartilhados. O primeiro beijo, o primeiro amor, a primeira nota muito ruim, o primeiro 10, o primeiro coração partido, o segundo, o terceiro... O primeiro celular, o primeiro emprego, o primeiro animal de estimaçã

Existe amor em São Paulo

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São Paulo me transborda. Para uma garota do interior, a diversidade cultural da maior metrópole do país é fascinante. Apesar de ter nascido em Sampa, tive poucas oportunidades de desbravar a imensidão dessa cidade. Há anos planejava fazer um tour cultural por São Paulo e, graças a alguns fatores, essa oportunidade se tornou possível. É nesse ponto que deixo um sincero agradecimento a um grande amigo que finalmente tive o prazer de conhecer pessoalmente, Emilio Coutinho, fundador do Casa dos Focas , um projeto pelo qual tenho enorme admiração. Emilio gentilmente aceitou ser meu guia turístico e assim pudemos admirar um pouco da arte paulistana. Infelizmente, conhecer todos os pontos culturais de São Paulo em apenas um dia é humanamente impossível. Apesar disso, conseguimos visitar alguns dos mais interessantes lugares turísticos da capital. Dentre eles, a Estação da Luz , a Pinacoteca , o Museu da LínguaPortuguesa , o prédio dos Correios , o Mosteiro de São Bento , a Avenida Pa

Menos lide e mais amor, por favor!

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Hoje eu queria menos português, menos concordância. Queria prestar menos atenção a grafia das palavras e procurar menos por sinônimos. Em um dia como hoje, eu abro mão de formar parágrafos para formar mais sorrisos. Eu queria mais pronomes possessivos no lugar de tantos dados. Hoje, a única informação que eu gostaria de escrever é que o dia está mais colorido porque, afinal, você finalmente está aqui. Quero acertar menos na escolha das palavras e combinar melhor você e eu. Deixo para lá esse encaixe de contextos que me é tão importante para me encaixar nos teus braços. Juro, abro mão de definir todos os parágrafos em quatro ou cinco linhas - até formar uma notícia completa e sucinta - para escrever um texto sem pé nem cabeça explicando o que seus olhos significam pra mim. Vai, acredita, que hoje eu mudo a fonte habitual e uso qualquer outra em negrito. Prometo não escolher títulos nem apontar caminhos, deixo você me guiar. Queria procurar e checar menos dados hoje, e investigar ma

Em tempos de eleição

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Antonio fazia uma caminhada pela calçada de seu bairro, quando avistou vários cavaletes de propaganda política na esquina seguinte. Decidiu dar uma parada na lanchonete. Já sentado, começou a observar os políticos. Homens brancos, de terno, sorridentes. Alguns dos rostos já lhe eram familiar devido à insistência em aparecer em todas as esquinas, em santinhos e na televisão. Antonio se perguntou se algum deles sentia vergonha de ser político. Afinal, andar com a cara estampada por aí, representando uma classe tão famosa pela desonestidade e incompetência não parece nada agradável. “A não ser que o dinheiro compense”. Para Antonio, político é uma ofensa. “Tanto faz chamar de ladrão ou de político”. Sentiu vergonha alheia por aqueles homens de dentes brancos, que nem na aparência faziam questão de representar o povo. “Imagina na prática”. Formado em medicina, Antonio nunca teve muito tempo para prestar atenção em política. Sabia pouco sobre o sistema democrático b

Dúvida de 2014: Torcer pelo Hexa ou protestar?

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http://on.fb.me/SxKknU Robson está animado por participar da manifestação dos motoristas de ônibus, reivindicando melhores condições de trabalho e aumento de salário. E nesse 13 de julho está orgulhoso de si mesmo por ter deixado de fazer parte da massa manipulada e, ao invés de assistir a final da Copa – com a seleção brasileira em campo – vai lutar por seus direitos. São Paulo está verde e amarela, mas Robson age com naturalidade. Tenta não focar na bandeira nacional exposta na entrada dos bancos ou sendo carregada pela garotinha. Desvia a atenção para não despertar as emoções que todo esse cenário pode estimular. “Patriotismo de verdade é lutar por um país melhor e não dar ibope a esse circo”, pensa o jovem motorista, fazendo referência à política do pão e circo, tão eficaz desde a  Roma  Antiga. Robson pega seu material de protesto e se dirige até o ponto de encontro dos motoristas manifestantes. Lá, retira as cartolinas amassadas da mochila e pensa no que escrever

Quem cresce é que quer casa

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Você começa a se perceber adulto quando, aos vinte e poucos anos, morar com seus pais passa a te incomodar indefinidamente. Se você é mulher, até mesmo o jeito como sua mãe faz comida é capaz de mudar seu humor pelo resto do dia. Sem falar em ter de adoçar o café, feito sem açúcar para evitar danos à saúde. Se for homem, a insistência de seu pai em pôr o lixo na rua diariamente, como se o mundo fosse acabar se não fizesse isso, te irrita mais do que o trânsito. “Afinal, qual o problema de o lixo se acumular por algumas semanas?”. Ou ter de ensiná-lo infinitamente como escanear e anexar um documento. Nessa fase, contrariar os pais já não tem mais tanta graça. Não se trata de falta de amor. É, na verdade, excesso. Aos vinte e poucos você já conhece bem os defeitos deles e, para preservar a boa convivência, entende que é melhor ter seu próprio canto. Aquele espaço conquistado que te fará parecer adulto, embora vá mesmo é fazê-lo ter a conduta de um vagabundo. Tipo a

Bruno e o humor da TV Globo

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Bruno chega em casa para almoçar, por volta de 13h40. Ele raramente faz isso devido à correria das poucas horas de intervalo do trabalho, que não calha com a dificuldade de se locomover em São Paulo. Mas hoje Bruno decidiu que iria comer sua própria comida, sentado em seu sofá e assistindo a mesma coisa que assistiu durante anos da sua infância – quando ainda não tinha preocupações.

Passando de ano aos trancos e barrancos...

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            Fim de semestre é aquela coisa né? Todo mundo correndo atrás de nota, paparicando professor, fazendo trabalho atrasado, exame. Enfim, tudo que não foi feito o ano inteiro precisa ser feito no último mês de aula. E por que não fazer tudo isso na ordem cronológica? Simples: Porque perde toda a graça. Esse é o lado aventureiro de estudar. Você vê aquele nerd se matar de estudar o ano inteiro e passar de ano. Legal, ele merece. Mas você que, com absoluta certeza, não merecia se quer obter a nota média, acaba sendo aprovado e com méritos. Qual é a maior prova de inteligência?                         Primeiro: sempre há aquele professor muito gente boa, como pessoa, porque como professor é merecedor de algum tipo de enforcamento, justamente por não estar nem ai para o fato de você precisar de nota. Ele não liga se você tem filho pra criar, tem dois empregos e está desesperadamente tentando concluir uma faculdade para, quem sabe, melhorar de vida ou se é simplesmente

"A fuga das Sacolinhas"

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Ir ao supermercado normalmente já não é legal, mas ter feito isso no dia 5 de abril de 2012 foi bem pior. Entrei no mercado e não notei nada de diferente. Pessoas atrasadas, crianças fazendo drama para conseguir o melhor ovo de páscoa, mulheres pegando absorvente de última hora, gente atrasando a fila. E até ouvi alguém comentar no caixa: “Como assim, não tem sacola?”. Na hora achei estranho, mas nem me toquei do que se tratava.

Foca: Minha nada mole vida de estagiário

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Todo mundo sabe que estagiário sofre. Não tanto quanto o querido Murilo Gun descreve em seu vídeo  genial 'Entrevista com Estagiário'*, mas certamente é algo próximo daquilo. Deixando as ironias de lado, se um estagiário comum passa perrengues, um estagiário de jornalismo então, faz doutorado em sofrimento enquanto ainda cursa a graduação Com a velha desculpa de que jornalista tem que aprender desde cedo que a profissão não é mamão com açúcar, os empregadores abusam dos pobres coitados que, além de escolherem essa merda de carreira, ainda precisam fazer das tripas coração e cérebro para não deixar a desejar nas 3.567 tarefas diárias. Um estagiário comum pode passar apertos enquanto está no trabalho, mas um de jornalismo não tem um horário de trabalho muito bem definido. Teoricamente seriam seis horas diárias, porém o pobre coitado sempre depende da boa vontade alheia, que esta mais para má vontade do que boa. Jornalistas dependem de fontes, portanto mesmo que o

Sua vida gira em torno... Do dinheiro

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          Odeio dinheiro. E não há nada pior do que depender tanto de algo que você não suporta. É como depender da sua sogra. Irrita-me perceber o quanto o dinheiro influencia minha vida. Não posso viajar porque não tenho grana. Não posso me casar, adivinha por quê? Porque não tenho um noivo, mas se eu tivesse, a falta de dinheiro me impediria do mesmo jeito.        Tudo que fazemos ou deixamos de fazer está ligado aquelas cédulazinhas-cheias-de-si. Mesmo que você tenha todo o seu orçamento planejado e seja uma pessoa super controlada, não muda nada. Se você bate o carro, o conserto já está fora do orçamento. Isso me faz pensar que a culpa também é do acaso. Esta aí uma dupla de inimigos de peso.           Se você não tem grana sua vida é vazia. Seu estomago é vazio. Sua casa (se é que tem uma) é vazia. Seu carro... Não, você não tem carro. Ai você estuda e trabalha a vida toda e quando passa a ocupar um lugar na classe média, passa também a ser um tremendo mão-de-vaca e, com

O jornalista, o editor e a falta do diploma

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    O repórter chega para o editor e dono do jornal onde trabalha – um jornalista que nunca frequentou a faculdade e que resolveu abrir o próprio jornal  – para lhe dar informações sobre um acontecimento que será notícia em breve.       - Seu Geraldo aconteceu um acidente. Um homem estava dormindo na linha do trem da cidade e o trem passou por cima da cabeça dele, levando-a pelos trilhos. Aqui estão algumas fotos que tirei do ocorrido.       - Ué, mas cadê o homem nessas fotos?       - Então, não tirei fotos do homem porque ele foi decapitado, né? As pessoas poderiam se chocar se publicássemos isso.      - Como assim? Não "senhô". Bota esse homem nessas fotos. Que diferença faz com ou sem cabeça? Ninguém vai “se aperceber”.      - Não, seu Geraldo, não posso fazer isso, é antiético.      - Que isso sô, na vida as pessoas perdem a cabeça, isso acontece todo dia.      - Não, mas eu não posso. È que o senhor não fez faculdade então não aprendeu sobre isso.

"Oi, tudo bem?"

        Engraçado como o "tudo bem?" tornou-se um cumprimento como "oi" e "xau" aqui no  Estado  de São Paulo. Hoje estava no supermercado e ouvi meu pai cumprimentar um "conhecido"; meu pai disse oi e o "conhecido" disse "tudo bem?" de forma tão automática que achei ter ouvido um robô. Sério, foi estranho. E realmente esse costume pega, pois eu mesma que achava meio idiota perguntar pra alguém que pouco conheço se ele está bem - como se eu fosse extremamente importante ao ponto de uma pessoa com a qual não tenho intimidade nenhuma viesse se desabafar comigo - hoje tenho a mesma mania.         Mas mais incrível do que dizer "oi, tudo bem?" é dizer isso de forma tão automática que mais parece uma frase de palhaçao-tentando-se-enturmar-com-criança do que um cumprimento. Algo do tipo: "Oi, tudo bem? Quantos anos você tem? Mesmo que a pessoa ou criança quisesse dizer que está ou não bem, não teria tempo. E mai

A violência familiar causada pelo álcool

         Eu tenho apenas 15 anos e podem me chamar de L. C., não porque estou com vergonha de me identificar, mas em nome da felicidade que ainda resta à minha família, prefiro manter sigilo. A pessoa alcoólatra era meu pai, e pela mesma razão vou chamá-lo pelas iniciais O. C.          Não pense você que meu pai sempre fora um alcoólatra. Não. Já fomos muito felizes sem o alcoolismo. Meu pai só bebia “ocasionalmente”, se é que isso pode ser chamado assim. Certo dia fomos convidados para uma festa na casa de um amigo de meus pais, eu tinha apenas 10 anos, quando naquela noite que prometia ser ótima, meu pai resolveu tomar uns goles a mais de uísque. Ele dizia que era só de brincadeira.          Numa noite, dois meses depois daqueles primeiros goles a mais, ouvi meu pai brigar com minha mãe, e ela dizia que meu pai não podia sair todas as noites para beber, mas meu pai, já nervoso (conseqüência do álcool), gritava a todo momento com minha mãe. Logo depois pegou o carro e saiu.