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Caso "João de Deus" revela um lado obscuro da cultura brasileira

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Foto: TV Brasil As denúncias de abuso sexual contra o médium espírita, popularmente conhecido como “João de Deus”, embora chocantes, demonstram resquícios de uma cultura patriarcal e machista em que, durante séculos, homens poderosos dominaram e submeteram mulheres a situações humilhantes para satisfazer seus próprios interesses. João Teixeira de Faria ainda teve a seu favor o disfarce religioso, outra suscetibilidade brasileira. Um plano perfeito para que pudesse satisfazer sua perversidade sexual em um contexto no qual homens sempre tiveram aval para exercer domínio violento sobre as mulheres. Os casos demoraram a vir à tona porque as vítimas acreditavam que cada ocorrência era um fato isolado, tornando o cenário de punição algo bastante utópico. E João estava ciente disso, afinal, mesmo com uma ou outra denúncia feita, o médium era aclamado pelos moradores de Abadiânia (GO) por ter transformado a cidade em um ponto turístico extremamente rentável. Cientes de que no Brasi

O aprendizado da derrota

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Não é fácil lidar com a derrota. Na verdade, considero essa umas das coisas mais difíceis da vida. Quando você se empenha por um período, seja anos ou dias, para atingir um objetivo, mas no fim o destino parece não colaborar, e a sensação de fracasso se torna inevitável. Ainda que a sessão de autoajuda nos influencie a acreditar que o fracasso só cabe àquele que nunca sequer fez a tentativa, na prática, a teoria não se aplica tão bem. Acompanhar a trajetória da Seleção Brasileira nessa Copa do Mundo foi relevante para mim, nesse momento da vida. Destacou o fato de que estamos sujeitos ao erro, ainda que haja a inicial certeza de que o passo dado foi certeiro. Às vezes, o esforço pessoal, os dias e noites de trabalho, as tentativas constantes de chegar ao resultado esperado não são suficientes para nos garantir uma vitória, seja na vida ou numa competição. Em outros momentos, esse período intenso de empenho nos apresenta outras consequências possíveis. Talvez tenhamos dispe

Yes, Brazil is a racist country

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Yes, Brazil is a racist country. I know, it does not make sense if you have any previous knowledge about how many multiple races there are in this country. It should be one of the most tolerant places in the world, instead, natives frequently face more racists attitudes here than where people are known for being prejudiced. It is complicated to explain why this reality is how it is. Mainly because racism occurs most against black people. Of course, there are jokes about the population from any nationality, who keeps their descending physical characters. It is bad behavior but there is no offensive intonation, except when it is about blacks. Though 52.9% of the citizens are black, we have an unachievable beauty standard; the European one. Brazilians frequently super value white people with straight and blond hair, and a small nose. Far be it from me to quiz this pattern, after all, the Europeans are really beautiful. What I mean is that it is obviously insane to add this stan

Brasileiro tem criatividade nata, mas falta apoio para os inventores

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        Até conhecer o trabalho de Paulo Gannam, eu nunca tinha pensado que inventor poderia ser uma profissão. De fato, esse potencial inventor não é muito difundido no ensino brasileiro e nós não somos estimulados a criar soluções criativas para problemas cotidianos. Por isso, quem investe nessa área tende a se destacar, mas enfrenta dificuldades para transformar suas ideias em algo concreto. A entrevista com Gannam é uma boa forma de conhecer mais sobre esse universo e ajudar a divulgar um trabalho diferenciado e necessário. Paulo Gannam Paulo Gannam é formado em jornalismo pela Universidade de Taubaté e especialista em dependência química pelo Grupo Interdisciplinar de Estudos em Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Já teve alguns trabalhos nessas áreas (assessoria de imprensa, auxiliar em centro de recuperação de dependentes químicos e depois supervisor de Censo pelo IBGE), mas nos últimos quatro anos tem se

Existe amor em São Paulo

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São Paulo me transborda. Para uma garota do interior, a diversidade cultural da maior metrópole do país é fascinante. Apesar de ter nascido em Sampa, tive poucas oportunidades de desbravar a imensidão dessa cidade. Há anos planejava fazer um tour cultural por São Paulo e, graças a alguns fatores, essa oportunidade se tornou possível. É nesse ponto que deixo um sincero agradecimento a um grande amigo que finalmente tive o prazer de conhecer pessoalmente, Emilio Coutinho, fundador do Casa dos Focas , um projeto pelo qual tenho enorme admiração. Emilio gentilmente aceitou ser meu guia turístico e assim pudemos admirar um pouco da arte paulistana. Infelizmente, conhecer todos os pontos culturais de São Paulo em apenas um dia é humanamente impossível. Apesar disso, conseguimos visitar alguns dos mais interessantes lugares turísticos da capital. Dentre eles, a Estação da Luz , a Pinacoteca , o Museu da LínguaPortuguesa , o prédio dos Correios , o Mosteiro de São Bento , a Avenida Pa

Futebol brasileiro: quem vive de passado é museu

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Em entrevista ao programa Bola da Vez , da ESPN Brasil, exibido nessa terça-feira (7), o jogador do Barcelona, Daniel Alves, deu um show de bola e mostrou que futebol é muito mais do que conquistar cinco Copas do Mundo. Há quase oito anos no time da Espanha, Daniel comprova o fato de que o futebol brasileiro está ultrapassado e que, muitas vezes o conceito de nós, torcedores, a respeito dos jogadores é equivocado. Daniel Alves revelou que Josep Guardiola , considerado o melhor técnico do mundo e responsável pelas vitórias do Barça nos últimos anos, se ofereceu para treinar a seleção brasileira para a Copa de 2014, mas foi vetado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Informação que certamente fez o coração de muitos fanáticos por futebol tremer e questionar: Por quê? O próprio jogador responde: “Ficaram com receio de que os brasileiros não aceitassem um técnico de fora treinando a seleção”. A indagação do jogador quanto a essa afirmação reflete muito a minha opinião e

Política é profissão?

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O movimento Fim do Político Profissional (FPP) é uma iniciativa que pretende mobilizar os brasileiros para uma causa realmente nobre: estabelecer uma nova forma de governar. Fundado pelo jurista e professor Luiz Flavio Gomes* com o Instituto AvanteBrasil , o movimento apresenta a proposta de reduzir o tempo de mandato dos políticos e limitar o número de reeleições. Na prática, os representantes do Poder Executivo terão direito a apenas um mandato e os legisladores dois, no máximo. O propósito do projeto é evidente frente a uma constatação: no Brasil política é profissão. O Sarney que o diga. Esse fato facilita e viabiliza as tão conhecidas maracutaias do nosso sistema democrático. A cada mandato, o candidato eleito conquista novas parcerias e assume novas promessas, que serão cumpridas após a reeleição, caso os parceiros colaborem para obterem retorno no futuro. E esse ciclo vicioso permanece ao longo dos anos, tornando o político invencível e bastante atrelado aos interess

Um amor de fã

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Blog Memes Metaleiros Os fãs nunca foram tão próximos de seus ídolos. Nem tão apaixonados. Confesso que o fanatismo é algo que me intriga. Admiro algumas pessoas, normalmente por seu caráter e trabalho desempenhado, e tento acompanhar um pouco do que fazem, mas não venero ninguém. Gostaria muito de conhecer alguns pensadores e especialistas contemporâneos e poder contar-lhes a minha admiração e impressão a respeito dos assuntos sobre os quais discorrem e debatem em blogs, livros, vídeos e programas de TV. Mas em hipótese alguma eu diria a eles a seguinte frase: Te amo! Só de ler a sentença já soa estranho não? E, exatamente por isso, não compreendo porque pessoas que veem seus ídolos uma única vez na vida podem pronunciar algo tão sério. Das duas uma: ou é muita carência ou amar se tornou pura superficialidade. Não interessa se o indivíduo acompanha diariamente a vida de uma personalidade, se sabe até quem são seus amigos, sua comida preferida ou o que gosta de fazer no tem

As creches subestimam as crianças?

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Tanto quanto as escolas brasileiras não correspondem às necessidades e à capacidade de seus alunos, as creches também não possibilitam um desenvolvimento muito amplo de seus pequenos. Se o intuito é preparar as crianças para um ensino medíocre, as creches têm cumprido sua função. Uma pena, já que subestimar o potencial dos mais novos é um tremendo retrocesso. Na França, as crianças com idade a partir de quatro anos já têm aulas de sociologia e filosofia. Pode até parecer um exagero, mas é positivamente assustador descobrir o quanto as crianças já têm um conceito formado do que é o mundo e o que são os adultos. Questionados (em um programa exibido em um canal fechado), sobre o que é ter liberdade, os pequenos disseram que ser adulto é ser livre. Mas ao longo do debate, muito bem estimulado pela professora, eles reavaliaram suas respostas. Muitos chegaram à conclusão pensativa de que seus pais não eram livres porque tinham de trabalhar para conseguir dinheiro para “comprar as

Em tempos de eleição

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Antonio fazia uma caminhada pela calçada de seu bairro, quando avistou vários cavaletes de propaganda política na esquina seguinte. Decidiu dar uma parada na lanchonete. Já sentado, começou a observar os políticos. Homens brancos, de terno, sorridentes. Alguns dos rostos já lhe eram familiar devido à insistência em aparecer em todas as esquinas, em santinhos e na televisão. Antonio se perguntou se algum deles sentia vergonha de ser político. Afinal, andar com a cara estampada por aí, representando uma classe tão famosa pela desonestidade e incompetência não parece nada agradável. “A não ser que o dinheiro compense”. Para Antonio, político é uma ofensa. “Tanto faz chamar de ladrão ou de político”. Sentiu vergonha alheia por aqueles homens de dentes brancos, que nem na aparência faziam questão de representar o povo. “Imagina na prática”. Formado em medicina, Antonio nunca teve muito tempo para prestar atenção em política. Sabia pouco sobre o sistema democrático b

"Adeus é brasileiro"

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A manchete do jornal português A Bola, que afirma "Adeus é brasileiro" é de fato a mais criativa dos noticiários mundiais. Criatividade, inclusive, é um dos ingredientes ausentes em campo e motivo do vexame brasileiro. Perder para a seleção alemã já era previsível, ao menos para aqueles que acompanharam o desempenho dos jogadores alemães durante o campeonato. Ainda assim, esperava-se por um resultado menos vergonhoso para o histórico do tradicional futebol brasileiro. Entretanto, agora, é justamente esse fator que precisa ser repensado e debatido: onde deixamos de ser os melhores? Porque não mais lançamos craques com a mesma frequência dos tempos de Pelés e Ronaldinhos e ainda assim nos acomodamos?  Ao avaliar as partidas de seleções como Argentina, Alemanha, Holanda, França, Itália e até Colômbia, é nítida a superioridade do desempenho desses jogadores se comparados ao futebol brasileiro. A distância do Hexacampeonato parece ficar maior para o Brasil a cada an

Dúvida de 2014: Torcer pelo Hexa ou protestar?

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http://on.fb.me/SxKknU Robson está animado por participar da manifestação dos motoristas de ônibus, reivindicando melhores condições de trabalho e aumento de salário. E nesse 13 de julho está orgulhoso de si mesmo por ter deixado de fazer parte da massa manipulada e, ao invés de assistir a final da Copa – com a seleção brasileira em campo – vai lutar por seus direitos. São Paulo está verde e amarela, mas Robson age com naturalidade. Tenta não focar na bandeira nacional exposta na entrada dos bancos ou sendo carregada pela garotinha. Desvia a atenção para não despertar as emoções que todo esse cenário pode estimular. “Patriotismo de verdade é lutar por um país melhor e não dar ibope a esse circo”, pensa o jovem motorista, fazendo referência à política do pão e circo, tão eficaz desde a  Roma  Antiga. Robson pega seu material de protesto e se dirige até o ponto de encontro dos motoristas manifestantes. Lá, retira as cartolinas amassadas da mochila e pensa no que escrever